Diferença entre a Destituição do Poder Familiar e a Exclusão do Sobrenome Paterno

Entendendo os aspectos legais da destituição do poder familiar e da exclusão do sobrenome paterno no Direito de Família.
Rafael Magri 12/04/2024 Download PDF (962) Visualizações
Diferença entre a Destituição do Poder Familiar e a Exclusão do Sobrenome Paterno

No Direito de Família brasileiro, compreender as diferenças entre a Destituição do Poder Familiar e a Exclusão do Sobrenome Paterno é fundamental para a resolução de conflitos familiares. Esses são conceitos distintos com fundamentos e consequências legais próprias, que merecem uma análise detalhada.



O que é a Destituição do Poder de Família?

A destituição do poder familiar, prevista no artigo 1.638 do Código Civil brasileiro, é um processo judicial que deve tramitar na Vara de Família e que visa romper o vínculo familiar entre o pai e o filho quando houver comprovação de abandono, abuso, negligência ou exploração.

Este procedimento judicial só é possível quando há evidências claras de que os pais falharam irremediavelmente em seus deveres básicos de cuidado, proteção e educação e nesses casos a exclusão do sobrenome paterno acaba sendo uma consequência lógica da exclusão do pai da certidão de nascimento do filho.



E a Exclusão do Sobrenome Paterno?

Diferente da Destituição Paterna, a ação denominada Retificação de Registro Civil para a exclusão do sobrenome paterno é geralmente motivada por razões pessoais, como o desejo de dissociar-se de um pai por razões emocionais ou psicológicas. É uma questão de identidade pessoal e não afeta os direitos e deveres parentais.

É muito importante ressaltar que ao manter o vínculo parental, mantém os direitos a receber herança e também o dever de amparar o pai idoso em caso de necessidades.



O que acontece quando retiro meu pai da certidão de nascimento?

A Destituição Paterna tem um impacto profundo e permanente na relação entre pai e filhos. Uma vez destituído o poder familiar, os pais perdem praticamente todos os direitos e obrigações sobre o filho, incluindo decisões relacionadas à saúde, educação e moradia da criança, assim como os filhos deixam de ter qualquer responsabilidade com esse pai na velhice.



O que acontece se eu apenas excluir o sobrenome do meu pai?

O impacto está mais relacionado à identidade pessoal do indivíduo e não altera os direitos legais ou obrigações dos pais em relação ao filho e vice-versa, a não ser que seja parte de um processo mais amplo que envolva outros aspectos legais.



Como funcionam os processos de Destituição Paterna e Exclusão de Sobrenome?

Ambos os procedimentos exigem a ação judicial. A Destituição do Poder Familiar, por sua natureza, é um processo mais complexo, que deve ser protocolado em uma Vara da Família. Ela exige a ampla defesa do pai, que terá a oportunidade de contestar as acusações de abandono ou de falha em suas responsabilidades parentais. Este processo envolve uma análise detalhada das condições de vida e do bem-estar do filho, garantindo que todas as partes tenham a oportunidade de apresentar suas perspectivas.


Por outro lado, a Exclusão do Sobrenome Paterno, embora também demande um procedimento judicial cuidadoso, concentra-se mais na expressão da vontade e nos motivos pessoais do requerente. Este processo tende a ser menos intricado do que a destituição do poder familiar, pois foca principalmente nos argumentos apresentados pelo indivíduo que deseja fazer a alteração de seu nome e a comprovação da falta de relação afetiva entre as partes.



Considerações Finais

Embora ambos os processos impactem significativamente as relações familiares, eles servem a propósitos diferentes. A destituição do poder familiar é uma medida extrema, focada no rompimento da relação familiar, enquanto a exclusão do sobrenome paterno é um meio de reafirmação da identidade pessoal do indivíduo.



Conclusão

Entender a diferença entre a Destituição do Poder Familiar e a Exclusão do Sobrenome Paterno é crucial para os envolvidos nessas situações. Ambos os procedimentos exigem uma abordagem jurídica cuidadosa para garantir que os direitos dos indivíduos sejam protegidos e que as decisões sejam tomadas no melhor interesse das partes afetadas.

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